Já lá vai, um pouco mais de sete semanas, desde a chegada do maior tesouro, que alguma vez poderia ter...nesta vida – O meu filho, o meu Alexandre!!!
Há algum tempo que anseio recolher-me num momento só meu, onde de alguma forma pudesse transcrever para o papel...todas estas emoções, que se foram acumulando nos últimos tempos dos meus 47 anos de vida. Desde o instante em que recebi a notícia da gravidez da minha mulher – da Sandra...desde aquele dia 8 de Fevereiro de 2011...As emoções foram surgindo em catadupa...alegria, surpresa, mas também medo e ansiedade.
Ao longo da minha vida...nunca fiquei obsecado com a necessidade imperiosa de ter um filho...E muito embora tivesse tido relacionamentos, que me magoaram imenso, e que só por si, retiraram-me qualquer hipótese de ser pai, pelo menos pela via dos parâmetros factuais normais em que uma criança deve vir ao mundo – com estabilidade, paz e amor. Mas, nem por via de todas estas circunstâncias, em nenhum dia da minha vida senti a obrigação, o desespero de ter um filho, apenas por ter!
É verdade...que lá no meu íntimo, e em momentos cruciais da minha rotina diária – no anoitecer, no exacto momento em que a maioria de todos nós faz uma introspecção e análise ao nosso ‘Eu’...
Também eu, me questionava, e lamentava de não ter a oportunidade de disfrutar de um estado de 'Graça' que muitos caracterizavam como única e até como 'fonte de vida'!
Após tantos anos...e ainda Deus, quis dar-me, esta enorme responsabilidade, e eu 'acredito' que deveria estar já destinado...não pode ser coincidências!
Deus incumbiu-me de mais esta missão, e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para transmitir ao meu filho, as ferramentas que nos foram dadas para que possamos com consciência decidir o caminho que nos apraz levar para a felicidade!
Por vezes, acordo e ainda penso, que é irreal este momento de vida que estou a passar...Tenho um filho!!!Meu Deus, obrigado!
Durante a gravidez da Sandra...penso que nunca consegui demonstrar emoções fortes, mantive um nível intermédio, nem ‘frio’, nem ‘quente’, sentiu-me sim, tenso...e calmo em simultâneo...mas, no dia 22 de Setembro de 2011 – tudo se alterou!!!
Não consigo explicar, não sei como descrever!!!
No preciso momento em que me vieram chamar à sala de espera do bloco de partos...e quando me dirigia para o mesmo...com um nervoso miudinho, com um ar de preocupação...A minha afilhada Joana trouxe o meu filho e colocou-o nos meus braços!!! Não consegui aguentar a alegria que jorrava de mim!!! Fiquei sem palavras ao ver o meu filho...só conseguia dizer vezes sem conta:
É tão lindo!!!É tão lindo!!!
E ele olhava-me como se, já soubesse quem eu era!!! Foi uma sensação única!!!
Parecia que tivesse descido à terra vindo do céu...e que Deus já o tinha transmitido quem lhe aguardava na terra!!! Meu Deus!!! Que sensação mais linda!!!
Não tive, não tenho, nem nunca terei palavras para descrever aquele momento - Único!!! Nunca hei--de esquecer cada pormenor daquele dia!!!
Não me canso de dizer – Obrigado meu Deus por me teres trazido – o meu filho – o meu Alexandre – O meu Tesouro!!!
Paulo Ferro, dia 13 de Novembro de 2011
