quinta-feira, 17 de junho de 2010

Agradecer como a Gaivota que beija a terra...

E para quem está habituado a viver numa grande cidade, a adaptação a um meio pequeno, pode ser… e, é difícil. Viver limitado às margens da ilha... onde a vista alcança mar e mais mar… muito mar!!!
De facto, viver numa ilha traz sem dúvida, a devida tranquilidade, que recompensa uma alma em busca de paz, mas ser ilhéu, não é fácil... Há que, aprender a amar a terra, e respeitá-la. Muita gente, nunca se adapta, por se sentirem enclausurados, restringidos e longe dos grandes acontecimentos, dos centros de decisão...mas, nós os Açorianos, os verdadeiros ilhéus, nós já estamos habituados à imensidão da água que nos circunda, deste Oceano imenso, que 'afogou' em tempos uma suposta ‘Atlântida’ já desaparecida, um mar que também retrata, tanto a sua força ‘monstruosa’ nos invernos rigorosos, como ao mesmo tempo nos transmite a sua inspiração, que nos transporta para longas metas, para um horizonte sem fim, para sonhos desmedidos, e que está sempre presente no Espírito deste Povo.
Viver na ilha pode ser solidão, pode ser monotonia, pode ser distância e saudade mas, também é…calor humano…plenitude...natureza…pureza…mar e horizonte!
Contradição? Só, para quem não sabe o verdadeiro sentido do ‘ilhéu’, do viver ‘abraçado’ à natureza ímpar, de montanhas e vulcões…onde a ambição, e o sonho se cruzam com o mar...mesmo ali, ao abrir da janela!
Viver nos Açores, é esta magia, que por vezes, NÃO SABEMOS AGRADECER COMO A GAIVOTA QUE BEIJA A TERRA!!!

Paulo Ferro em 11/06/2010